Oiá ou Iansã dirige o vento, as tempestades e a sensualidade feminina.
É a senhora do raio e soberana dos espíritos dos mortos, que encaminha para o outro mundo.
Correspondência com os santos católicos: Santa Bárbara.
Um
rei tinha uma filha chamada Ala. Ele queria casá-la com um príncipe
poderoso. No entanto, a princesa já tinha um amante e do amante ela
esperava um filho. Sabedor do fato, o rei resolveu matá-la. Numa barca,
levou a princesa até o meio do rio, do rio onde vivia Oxum. Jogou a
princesa no meio do rio, a casa de Oxum. O rei tinha um papagaio que o
acompanhava sempre. O papagaio tudo presenciou.
Tempos
depois, alguns pescadores viram uma caixa boiando no rio. Foram ver de
perto e dentro tinha uma criança Assustaram-se com o que viram.
Temerosos, abandonaram o seu achado na margem do rio. Pelo mesmo lugar
passou outra embarcação e seus ocupantes foram atraídos pelo choro da
criança. Os viajantes acabaram recolhendo a criança e a levaram a
presença do rei.
O
rei ficou feliz com o presente e resolveu apresentar a criança ao povo
como sendo filha sua. Ele sentia falta da filha que afogara, sentia-se
sozinho.
deu
uma festa para apresentar a nova filha que adotara. Quando todos
estavam reunidos o papagaio contou-lhes acerca de todo o sucedido.
Disse que a menina havia nascido na casa de Oxum. Portanto, deveriam
devolvê-la ao rio. O rei então se deu conta de que a menina era sua neta
e devolveu-a ao rio onde nascera.
A criança cresceu protegida por Oxum.ESTA MENINA ERA YANSÃ
Oiá desejava ter filhos, mas não podia conceber.
Oiá foi consultar um babalaô e ele mandou que ela fizesse um ebó.
Ela deveria oferecer um carneiro, um agutã, muitos búzios e muitas roupas coloridas.
Oiá fez o sacrifício e teve nove filhos.
Quando ela passava, indo em direção ao mercado, o povo dizia:
"Lá vai Iansã".
Lá ia Iansã, que quer dizer mãe nove vezes.
E lá ia ela orgulhosa ao mercado vender azeite-de-dendê.
Em sinal de respeito, por ter seu pedido atendido,
Iansã, a mãe de nove filhos, nunca mais comeu carneiro
MAIS UMA LENDA de Iansã
A história de Iansã Oiá, literalmente, "aquela que rasga", e que eu reconto aqui :
Iansã Oiá tinha um pai adotivo e vivia com
ele na mata. Ele era o maior de todos os caçadores.Um dia, morreu e
deixou Oiá muito triste.
Ela decidiu que queria fazer uma homenagem
para o pai.Embrulhou seus pertences de caça num pano, preparou suas
iguarias favoritas.E dançou e cantou por sete dias, espalhando seu vento
por toda parte e fazendo vir todos os caçadores da terra.
Na sétima noite, embrenhou-se na mata e
depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de seu pai.Olorum,
que sempre vê tudo, ficou comovido.
Fez da jovem Iansã guia dos mortos no caminho sagrado, Orum Aiê e mãe dos espaços dos espíritos.
Fez de seu pai, Odulecê, um orixá.E do
gesto de Oiá, o ritual ao qual todos os mortos têm direito: comidas,
cantos, danças e um espaço sagrado...
Iansã teve muitos homens e de cada um ganhou uma coisa importante:
De Ogum, o ferreiro divino, ganhou nove filhos e o direito de usar a espada para defender-se e defender os outros;
De Oxaguiã, o jovem construtor, ganhou um escudo para proteger-se dos inimigos;
De Exu, o mensageiro, ganhou o direito de usar a magia e o poder do fogo para realizar desejos;
De Oxóssi, o caçador, ganhou o saber da caça para alimentar seus filhos;
De Logun Edé, o senhor das matas, ganhou o direito de tirar das cachoeiras os frutos d' água para seus filhos;
Com Xangô, o juiz, viveu o resto da vida e ganhou dele o poder do encantamento, o posto da justiça e o domínio dos raios.
Um dia, houve uma festa, todos os orixás estavam presentes.
Omulu-Obaluaê, o temido orixá das doenças, chegou vestido de palha. Ninguém o reconheceu e nenhuma mulher quis dançar com ele.
Mas eis que, de repente, Oiá-Iansã entra na
roda e atrave-se a dançar com o Senhor da Terra.E tanto girava que
levantou o vento, e o vento descobriu a palha de Omulu.
Todos puderam ver o quanto ele era belo.E o
reverenciaram.Ele ficou tão grato que fez de Oiá a rainha dos espíritos
dos mortos, Oiá Igbalé, a condutora dos eguns, os espíritos dos
mortos).E ela dançou de alegria a sua dança que convoca o vento.
As filhas de Iansã devem ser assim, apaixonadas, amantes dos temporais, amazonas de ventanias.
Características dos filhos de OYA
São pessoas atiradas, extrovertidas e diretas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.
- Estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu gênio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação.
Os filhos de Oyá, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os mais prudentes, no entanto, não ousariam confiar-lhe um segredo, pois, se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma.
O seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.
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