domingo, 18 de agosto de 2013

Oya Oníra






















E uma ninfa das águas doces e seu culto aqui no Brasil é confundido com o culto de OYA, por ser uma grande guerreira, também é saudada como YNHÀSAN , pois existe uma afinidade entre as duas divindades, mas seus cultos não chegaram a fundirem-se. Seu culto na África era totalmente diferente. Tem ligação com o culto a ÉGÚN, por sua ligação e laços de amizade com OYA. Também tem laços de amizade com ÒSUN , pois foi ONIRA quem ensinou ÒSUN OPARÀ a guerrear. É uma Òrìsà muito perigosa por sua ligação e caminhos com OSOGUIÁN, ÒGÚN e OBALUAIÊ. Veste o coral e amarelo, contas iguais.
Onira é linda e gosta de roupas “extra coloridas” cores fortes, gosta de pintar a vida das suas filhas com cores fortes, Ela é energica e benevolente ao mesmo tempo. Como toda Oyá, vaidosa, não dispensa um brilho e um rimel, mesmo nas lutas mais intensas, continua sendo Ela, Oyá Onira, linda e guerreira.
Ela não é uma Oyá, mas é cultuada como uma porque não há culto de Oníra aqui no Brasil, ela é a mais jovem e a mais bonita por vir nos caminhos de Oxum e Exú, e muito feiticeira, não se enganem com ela, pois é a “Oyá” mais perigosa que há.
“Oya Onira” -, é uma qualidade de Oyá, guerreira, mas que é uma ninfa das águas doces, com ligação direta com o culto dos Eguns (almas). É a dona do “atori”, uma pequena vara usada no culto de Oxalá para chamar os mortos na intenção de fazê-los participar da cerimônia. A função do “atori” é a de, assim que ao ser tocada batida no chão, que se faça o poder de fazer reinar a paz no local ou na vida de alguém e trazer-lhe abundância. O “atori” também tem a força de mandar chover regularmente para trazer a prosperidade.
“Onira” deu a Oxaguiã o “atori” e seu poder de exercê-lo, além de ter lhe ensinado o fundamento e como usá-lo. Em anos regidos por Oxaguiã, é preciso agradar muito a essa qualidade de Oya para que ela permita que, através dela, Oxaguiã traga a paz e a abundância.
“Onira” é a mãe de criação de “Logun-Edé Apanan”. Por isso, toda oferenda para essa orixá, deverá também ser oferecido um agrado a essa qualidade do orixá Logun-Edé.
“Onira” reina no mundo dos mortos e tem ligação direta com Obaluaiê e Ogum, sendo que sua ligação maior é com “Oxum Opará”, que recebeu dessa qualidade de Oyá os ensinamentos para lutar e ser guerreira. Foi “Yansã Onira” que ensinou “Oxum Opará” a lutar.
“Oxum Opará” ser tornou então, companheira inseparável de “Onira”, comendo juntas no bambuzal ou nos rios e tendo aprendido os fundamentos dos Eguns. Sendo assim, essa qualidade de Oxum, também tem relação direta com os Eguns (almas). Quando “Onira” e “Oxum Opará” se juntam, se tornam muito perigosas pois têm em dobro a força e a sabedoria dos guerreiros.
“Oxum Opará” é a Oxum mais moça, mais jovem e guerreira, companheira de Ogum e Xangô, estando ligada diretamente com os caminhos de Oxaguiã, o jovem guerreiro.
Conta-se uma lenda (itan) que existia nas terras de Irá, uma linda moça chamada Onira (Senhora de Irá), ela sempre comandava seu povo com sabedoria. Mas, ela tinha um grande problema: adorava lutar e se sentia bem em matar seus inimigos. Onira era descontrolada quando tinha em punho sua adaga de guerra. Certo dia enlouqueceu de vez, chegou a um vilarejo e matou todos q alí encontrou. Os sábios da cidade de Irá resolveram procurar Oxalá para que ele na condição de Rei, mandasse que Onira parasse de matar.
Onira recebeu o recado q Oxalá queria vê-la e foi até Ilê Ifé (palácio de Oxalá). Chegando lá, Oxalá assustou-se, pois as roupas de Onira eram vermelhas, de tanto sangue de suas vítimas. Ela ajoelhou-se e perguntou o que o grande Rei queria. Oxalá mandou que trouxessem uma grande quantidade de Efun (seu pó branco sagrado). Pegou seu pó e jogou sobre Onira. Na mesma hora suas vestes de cor vermelha, tornaram-se rosa, por causa da mistura do pó branco com o sangue. Então, Oxalá ordenou que Onira não mataria mais ninguém, e que ela jamais vestiria vermelho em publico, e que rosa seria sua cor, e como ela era uma moça tão quente, que fosse morar nas águas junto com Oxum.

E lhe disse:

Onira minha filha, és uma moça tão bela, tão doce, por que matas?

Sinto-me bem quando tiro a vida de alguém, mais sei q isso não é certo.
Foi então q Oxalá teve uma idéia.

Já que você gosta lidar com a vida e com a morte, você terá junto com Oyá o domínio sobre os Eguns. Não tirarás mais a vida de ninguém, apenas irá conduzir os que já se foram.

Está certo Oxalá, seu desejo será realizado mas não tire de mim minha adaga.

Oxalá disse: Pode deixar, mais agora vá morar na cachoeira com Oxum.

Onira obedeceu a Oxalá, foi morar na cachoeira. Chegando lá Oxum ria e debochava dela, mais resolveu ser sua amiga. Porém, Onira muito mal humorada, não queria papo. Até que um dia Onira adormeceu sobre uma pedra, olhando Oxum banhar-se e as águas da cachoeira subiram e Onira estava morrendo afogada, Oxum vendo o que estava acontecendo, mergulhou e foi salva-la, chegando lá Onira estava quase morta e Oxum resolveu fazer um feitiço e na mesma hora Onira reviveu e transformou-se em uma espécie de lava que correu rio a fora. Onira transformou-se em um rio de fogo. Oxum pensou que Onira havia morrido, chorou por horas, sem saber o que diria a Oxalá, já q ele a incubiu de tomar conta da moça atrevida. Foi então que surgiu uma borboleta linda, de cor salmão com tons alaranjados, que voava ao redor de Oxum. Ela tentou pegar a borboleta que voou para dentro da floresta, Oxum seguiu a borboleta que parou em frente a uma árvore e tomou a forma da linda Onira. Oxum não acreditava no que via, e Onira lhe disse:

Por que choravas minha amiga, estou aqui viva, e graças a você!

Graças a mim porquê Onira? Eu não fiz nada.

Na hora que eu estava morrendo você fez um feitiço e dividiu comigo todo seu encanto, agora sou uma NINFA(mulher encantada), assim como você ,tenho poderes de transformação. Posso ser um RIO de FOGO nos meus momentos de ira, posso ser um BÚFALO quando eu quiser ficar sozinha, e me transformar na mais bela BORBOLETA quando estiver feliz. E Onira foi até Oxalá lhe contar o q havia acontecido, ele ficou feliz mais sabia que toda esta mudança jamais acalmaria Onira, e que por dentro ela ainda seria aquela guerreira incansável. Mandou então que ela fosse morar com Oyá e aprender a dominar os Eguns. Depois, Onira mudou-se e foi viver com Oxosse e como ela foi criada por caçadores, sabia caçar como ninguém. E Onira morou com quase todos os Orixás, aprendendo tudo que eles sabiam fazer.

Quando o culto aos Orixás veio para o Brasil, confundiram Onira com Oyá e por isso então ela passou a ser cultuada no Panteão das Oyás, tornando-se uma qualidade de Oyá. Mas sabemos que Onira é um orixá assim como todos os outros. Ela gosta das cores branco, dourado, rosa, salmão, assim como a determinação de Oxalá. Muitos acreditam que Onira por morar nas águas é um orixá calmo, mais este pequeno Itan nos mostra que Onira é um Orixá muito “quente”, uma moça guerreira e determinada.

Suas filhas são faladeiras, escandalosas, briguentas, metidas, arrogante.

divertidas, mal-humoradas, tem toda a doçura de Oxum e são atrevidas como Oyá.

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