domingo, 14 de julho de 2013

ORIXAS E SUAS ERVAS PURIFICAÇAO










                                                  BANHOS DE PURIFICAÇAO   



Acoko: No culto Egúngun, o akòko desempenha um papel fundamental na união dos seres do Ayé (mundo dos vivos) e Orun (mundo dos espíritos). Seu tronco, que geralmente não é muito ramificado, lembra um grandeopó ixé, que ligaria o Céu a Terra. Nesse caso, sua principal relação se dá com a iyagbá Oyá, Senhora dos Ventos e dos eguns, que recebe o título de Alakòko, Senhora do Akòko. Constatamos assim dois aspectos importantes dessa árvore: sua ligação com a ancestralidade e com o                                                         elemento ar.





Alface: É empregada nas obrigações de Egun, e em sacudimentos. O povo a indica para os casos de insónia, usando as folhas ou o pendão floral. Além de 
chamar o sono, pacifica os nervos.


Altéia Muito empregada nos banhos de descarrego dos filhos de orixás e na purificação das pedras dos orixás: Nanã, Oxum, Oxumarê, Yansã e Yemanjá. Muito prestigiada nos bochechos e gargarejos, nas inflamações da boca e garganta.





Amoreira  Orisás: Oyá e Baba Egun. Elementos: ar/feminino/gùn. Uso Litúrgico: nos rituais de Baba Egun. Terapêutica: folhas: gargarejo contra aftas e inflamações das amídalas, contra diabetes; flores: infecções renais; fruto: reumatismo, artrite, gota e febres.



Angico-da-folha-miúda  Só possui aplicação na medicina caseira a casca ou os frutos em infusão no vinho do porto ou otin (cachaça), age como estimulador do apetite. Os frutos em infusão, também fornecem um licor saboroso, do mesmo modo combate a dispepsia.


Bambu: É um poderoso defumador contra Kiumbas. O banho também é excelente contra perseguidores. Na medicina popular é benéfico contra as doenças ou perturbações nervosas, nas disenterias, diarreias e males do estômago.


Branda Fogo: Considerada erva de Iansã em algumas nações de Candomblé e Umbanda e em outros como sendo de Exu. No grupo que a reconhece como de Iansã, seu uso específico é em banhos e rituais de preparação para a feitura do médium.



Camboatá: Orisás: Oyá, Sango, Yemoja. Elementos: ar/feminino/gùn. Uso Litúrgico: rituais de iniciação, sacralização de objetos rituais, banhos purificatórios. Terapêutica: casca em chá: asma e tosses convulsivas.



Cambuí amarelo: Só é utilizado em banhos de descarrego. A medicina caseira indica como indica como adstringente, e usa o chá nas diarreias ou disenterias.


Catinga-de-mulata: Seu uso ritualístico se restringe aos banhos de limpeza e descarrego dos filhos de Oyá. O povo a indica para curar asma, histerismo e como pacificadora dos nervos.


Cordão-de-Frade  Seu uso ritualístico se restringe aos banhos de limpeza e descarrego dos filhos de Oyá. O povo a indica para curar asma, histerismo e como pacificadora dos nervos.

Cordão-de-Frade verdadeiro: Essa planta é aplicada em banhos tonificantes da aura e limpezas em geral. O povo afirma que hastes e folhas, em cozimento ou chá, combate a asma, melhora o funcionamento dos rins e beneficia no caso de reumatismo.


Cravo-da Índia – Cravo-de- Doce: Entra em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô. Participa dos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence. O povo indica suas folhas e cascas em banhos de assento para debelar a fadiga das pernas. Óptimo nos banhos aromáticos.



Cururú ou Bredo s/EspinhoOrisás: todos, principalmente Osalá. Elementos: terra/feminino/èrò. Uso Litúrgico: rituais de iniciação (indispensável), agbos, banhos purificatórios, sacralização de objetos rituais.

Terapêutica: escorbuto, cortes, feridas, males do fígado, afecções urinárias, cistite, retenção de urina. As flores ajudam a curar tosses rebeldes.



Dormideira sensitiva: Não conhecemos seu uso ritualístico. A medicina caseira indica esta planta como emoliente, mais especificamente para bochechos e gargarejos, nas inflamações de boca. Indicada como hipnótico, pondo fim a insônia. É utilizado o cozimento de toda a planta.



Erva Prata (EWÉ DÍGÍ): Orisás: Oyá, Yemoja e Osalá. Elementos: ar/masculino/gùn. Uso Litúrgico: agbo, banhos purificatórios, sacudimentos.

Terapêutica: desconhecida.



Erva Tostão  Orisás: Sangô e Oyá. Elementos: fogo/masculino/gùn. Uso Litúrgico: Agbos, contra feitiços, nos rituais para ancestrais, pós. Terapêutica: raízes c/vinho: diurético e regularizador renal e hepático.



Espada de Santa Bárbara   Orisás: Oyá. Elementos: Água/masculino/gùn. Uso Litúrgico: sacralização de objetos rituais, sacudimentos e proteção. Terapêutica: males das vias respiratórias.



Espirradeira  Participa de todas as obrigações nos cultos afro-brasileiros. Esta planta é utilizada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos abô de ori. Pertence aos orixás Xangô e Yansã, porém há, ainda, um outro tipo branco que pertence a Oxalá. O povo indica o suco das folhas desta contra a sarna e pôr fim aos piolhos. Em uso externo.


Eucalipto-limão: de grande aplicação nas obrigações de cabeça e nos banhos de descarrego ou limpeza dos filhos de orixá. A medicina caseira indica-o nas febres e para suavizar dores. Usado em banhos de assento, é também emoliente.



Fedegoso Orisás: Esú, Oyá e Omolú. Elementos: fogo/feminino/gùn. Uso Litúrgico: Banhos purificatórios e sacudimentos. Indispensável nos rituais dos ancestrais. Terapêutica: desconhecida



Flamboiant: Não é utilizado em obrigações de cabeça, sendo usado somente em algumas casas de banhos de purificação dos filhos dos orixás. Porém suas flores tem vasto uso, como ornamento, enfeite de obrigação ou de mesas em que estejam arriadas as obrigações. Sem uso na medicina popular.



Fruta Pão: Orixás: Iroko, Oyá e Osalá. Elementos: fogo/feminino/gùn. Uso Litúrgico: afastar egun Terapêutica: folhas: diarréias – raiz: vermífugo – fruto: tumores e furúnculos.



Gengibre São aplicados os rizomas, a raiz, que se adiciona ao aluá e a outras bebidas. O povo costuma dizer que é também ingrediente no amalá de Xangô. A medicina caseira a usa nos casos de hemorragia de senhoras e contra as perturbações do estômago, em chá.


Gitó-carrapeta  É de hábito ritualístico empregá-la em banhos de limpeza e purificação dos filhos do orixá a que se destina. O povo indica na cura de moléstia dos olhos. Não aconselhamos o uso interno.


Hortelã-da-horta Muito usada na culinária sagrada. Entra nas obrigações de cabeça alusivas a qualquer orixá. Participa do abô dos filhos-de-santo. A medicina caseira o aponta como eficiente debelador de tosses rebeldes; de bons efeitos nas bronquites é muito útil no tratamento da asma.


Inhame: Seu único emprego ritualístico é o uso das folhas grandes como toalha nas obrigações de Exu. O inhame é tido como depurativo do sangue na medicina caseira.



Jaborandi: Orixás: Oyá e Xangô. Elementos: fogo/feminino/gùn. Uso Litúrgico: sacudimentos. Terapêutica: queda de cabelo.



Jenipapo: As folhas servem para banhos de descarrego e limpeza. A medicina caseira aplica o cozimento das cascas no tratamento das úlceras, o caldo dos frutos é combatente de hidropisia.


Lírio do Brejo: São usados folhas e flores nas obrigações de ori, nos abô e nos banhos de limpeza ou descarrego. O povo emprega o chá das raízes, rizomas, como estomacal e expectorante.


Louro – Loureiro: Planta que simboliza a vitória, por isso pertence a Oyá. Não tem aplicação nas obrigações de cabeça, mas é usada nas defumações caseiras para atrair recursos financeiros. Suas folhas também são utilizadas para ornamentar a orla das travessas em que se coloca o acarajé para arriar em oferenda a Iansã.



Maracujá: Planta eró e de prosperidade associada a Oya e Ibeijí. Suas folhas são utilizadas no àgbo, em banhos de purificação e na consagração dos objetos rituais do orixá. Tem como função realçar simpatia na vida das pessoas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário