domingo, 22 de setembro de 2013

HISTORIA DO BORI

Num jogo de Ifá, perguntaram a ÒRÚNMÌLÁ:


Quem seria capaz de nos levar ao Infinito? (infinito = caminho da vida da pessoa).

SANGO disse que quando chegasse a OYÓ e lhe dessem certas comidas, ele satisfeito voltaria à sua casa, abandonando a pessoa. Perguntaram o mesmo a OYÁ, e ela respondeu, que quando chegasse a qualquer cidade e lhe dessem certas comidas, ela satisfeita voltaria para casa.

Resumo: enquanto dermos comida ao nosso Orixá, ele nos cobre e depois recolhe.

Perguntaram de novo a IFÁ e ele respondeu que Òsàlà e ele respondeu que quando chegasse à cidade de Ifé, comesse, aí então ele ficaria satisfeito e voltaria para casa. Se nem Òsàlà é capaz de nos levar ao Infinito, então, quem é capaz?

Resposta: só Lebara.

Perguntaram a ÈSÙ: "- Se você caminhar, caminhar e chegar a Keto, e lhe derem 1 galo no dendê ? Ele respondeu: – Comia e quando estivesse satisfeito voltaria para minha casa. Voltaram e perguntaram de novo a Ifá:

"- Então, ninguém é capaz de nos levar ao Infinito? Quem será? Tal conhecimento, tal sabedoria, quem a tem?

IFÁ respondeu."- Somente o Orixá ÒRÍ é capaz de nos levar ao infinito, até o final de nossa vida." Se uma pessoa morrer, despachamos tudo referente ao Orixá, mas, o que sempre ficou foi o ÒRÍ.

Conclusão: Mesmo se nosso òrìsà está bem, só ficará tudo bem se o nosso Òri estiver também. Primeiro damos comida a Òri no borí, e depois ao orixá. Não há orixá raspado errado, desde que o òri aceitou. Acima de nosso Orixá individual, está o nosso Òrì. Damos ao òrì cera (caroço de algodão), obi, água. Existem apenas 6 bichos para Òrì: pombo, peixe, pato, franga, galinha d’angola e o igbin; apenas um bicho vai ao ori, os outros serão colocados apenas na tigela. O ejé (sangue) de pombo branco, só se for muito importante, necessário, senão estaremos ofendendo Olodumare.


Lenda de Òrúnmìlá

Quando Òrúnmìlá se cansou de viver na terra e da incompreensão dos homens, resolveu ir para o Òrún, mas antes, deu a cada um de seus 8 filhos, 2 caroços de dendezeiro (IKIN), e disse a eles, que quando precisassem, bastava que jogassem os IKIN e teriam as respostas. Deixando claro que o mais importante, era que eles se unissem, assim como o grupo deverá se manter unido.

ÒRÍ – força que orienta o que é bom ou ruim para cada pessoa, é individual. O ÒRÍ tem que ser respeitado, se a pessoa não aceitar é porque o seu ÒRÍ não está aceitando. Deve-se verificar o que acontece no jogo.

Cada um recebe seu ÒRÍ de AJALÁ (é um Imole), antes de vir para o AIYE, passa por um "estágio".

O ÒRÍ supera todos os orixás;

O ÒRÍ é um Imole, ligado só para o bem (da pessoa);

O ÒRÍ é a nossa censura;

O ÒRÍ não se trai, não se engana, é a nossa própria consciência (os valores mais puros). Isso vem explicar a índole de pessoas más, mesmo nascidas em famílias boas, independente da formação; pessoas sofridas que tem a capacidade de amar, odiar, etc…



ÌPÁKO – Òrí

IKOKO ÒRÍ – Poente

ÀPÁ OTUN ÒSU ÀPÁ OSI

(direita do aiye) Voduka (esquerda do aiye) centro cabeça

ojo òrí – Nascente

Os quatros pontos do Universo

A. Ìyo – Òrún – nascente – Leste

B. Ìwo – Òrýn – o poente

C. Òtù Àiye – a direita do mundo – Norte – Ariwa

D. Òsi Àiyè – a esquerda do mundo – Sul – Guzú
Correspondente ao Ser – humano

A – Òrí – cabeça – o nascente – o nascente – o futuro "`orí inu"

{ Odu – destino – òrísà – genitor divino e material – origem – Esú individual Bara

B – ESE – pé direito – ancestrais masculinos

{ pé esquerdo – ancestrais femininos

C – lado direito – elementos masculinos

D – lado esquerdo – elementos femininos

Durante o eborí, sendo os pais falecidos, usar 2 acaçás de cima para baixo na direção das juntas, não esquecendo de colocar as falas do Obi (parte de baixo).

Tudo que existe de adverso ao homem na natureza, os AJÉS, por exemplo, se personifica nos pássaros,ELEYE, que numa imprecisa tradução cultural do Ocidente, identifica com as "bruxas". O AJÉ também é uma forma de AJOGUN (o inimigo); que é identificado por personalidade que traduzem realidade materiais como oIKU (a morte); o EGBA (enfermidade); o OFÓ (perda de bens); ARUN (loucura), etc… Como se pode ver os conceitos Yorubá, partem do real, do material, para formar a sua idéia geral do mundo. ÈSÚ, como dono doÀSÉ (ONI ÀSÉ), força, magia, arma o ÒRÍ do poder de recusa a ordem, de estabelecer a desordem criativa, tese premissa da antítese necessária à nova síntese estruturante.

Ori é um importante conceito metafísico espiritual e mitológico para os Yorubás, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ossá.
Ori, palavra da língua yoruba que significa literalmente cabeça, refere-se a uma intuição espiritual e destino. Ori é o Orixá pessoal, em toda a sua força e grandeza. Ori é o primeiro Orixá a ser louvado, representação particular da existência individualizada (a essência real do ser). É aquele que guia, acompanha e ajuda a pessoa desde antes do nascimento, durante toda vida e após a morte, referenciando sua caminhada e a assistindo no cumprimento de seu destino.
Ori em yoruba tem muitos significados – o sentido literal é cabeça física, símbolo da cabeça interior (Ori Inu). Espiritualmente, a cabeça como o ponto mais alto (ou superior) do corpo humano representa o Ori, não existe um Orixá que apóie mais o homem do que o seu próprio Ori.Enquanto Orixá pessoal de cada ser humano, com certeza ele está mais interessado na realização e na felicidade de cada homem do que qualquer outro Orixá. Da mesma forma, mais do que qualquer um, ele conhece as necessidades de cada homem em sua caminhada pela vida e, nos acertos e desacertos de cada um, tem os recursos adequados e todos os indicadores que permitem a reorganização dos sistemas pessoais referentes a cada ser humano.
Ajalá é responsável pela modelação da cabeça humana, e acredita-se que o Ori e o Odu – signo regente de seu destino que escolhemos, determina nossa fortuna ou atribulações na vida. O trabalho árduo trará, ao homem afortunado em sua escolha, excelentes resultados, já que nada é necessário dispender para reparar a própria cabeça. Assim, para usufruir o sucesso potencial que a escolha de um bom Ori acarreta, o homem deve trabalhar arduamente. Aqueles, entretanto que escolheram um mau Ori têm poucas esperanças de progresso, ainda que passem o tempo todo se esforçando. O Ori, entidade parcialmente independente, considerado uma divindade em si próprio, é cultuado entre outras divindades, recebendo oferendas Ebori, e orações, Ori é o protetor do homem antes das divindades.Igba ori, ou ibá ori o é o nome do assentamento sagrado da cabeça de um individuo na cultura nago vodun, identificado no jogo do merindilogun pelos odu ossá.

Cada igba ori é uma representação material e imaterial de um individuo, captando constantemente energias oriundo da natureza para equilibrar a mente do seu adeptos e crentes. É considerado o primeiro orixá da existência (a essência real do ser). Deve ser assentado e louvado antes de qualquer outro Orixá depois de exu no ritual de Bori, pois só ori permite a compreensão e o transe.

O assentamentos de ori são sempre visto em recipientes de: Porcelana (Variedade de cerâmica dura, branca e translúcida), usado principalmente por iniciantes na feitura de santo. Vaso de cristal (Vidro muito límpido e puro), usado por Babalorixás, Iyalorixás e pessoas de cargo.

Dentro dos recipientes são colocados apetrechos e fetiches inerente a cada Ori (Yoruba), geralmente uma pedra de cristal de rocha com limpidez e transparência, e dezesseis búzios, tudo conservado em água de chuva ou mineral. Na preparação de qualquer assentamento de orixá os rituais da sasanha, folha sagrada e água sagrada são imprescindíveis.

Nota: Todos assentamentos (igba orixá), devem ser preparados e sacralizados em rituais próprios por Babalorixas ou Iyalorixas.

O BORI é o ritual que harmoniza o ORI, dando assim a possibilidade de
transformar um " ORI BURUKU" em "ORI RERE".
È através do Jogo de Búzios que o Babaloorisá recebe as instruções para
realizar este ato (BORI) ritualístico que possibilitará não só a mudança da
sorte como também a manutenção da mesma, para que não se a perca.
É o BORI que diminui a ansiedade, o medo, a dor e a tristeza trazendo a
esperança, alegria e a harmonia.
Desta forma, o BORI é uma das oferendas mais importantes que visa o bem
estar individual no Candomblé.
O Ritual de Bori é muito sério, complexo e profundo. Por isso, o sacerdote
deve ter grande conhecimento e respeito em relação à questão do Ori e da
evolução humana. Ori é o Orisá mais importante na vida de um homem, uma vez
que, sem ele, o homem simplesmente não existiria. Ori significa,
literalmente, cabeça e é, misticamente, o primeiro Orisá a ser cultuado. É
ele o portador do destino humano.
O Ritual de Bori independe de qualquer processo iniciático e independe do
culto aos outros Orisás.(variando assim de casa para casa,mas,sem fuigir da
finalidade em si) Seu objetivo é o de alimentar o Ori, seja qual for o sexo,
raça, profissão, idade, nível social da pessoa. Com este ritual busca-se o
equilíbrio através da ação do Ori, condutor do destino pessoal. Muitas vezes
se realiza um Ritual de Bori com o objetivo de afastar o mal do caminho da
pessoa, o que não significa que, retirada esta ameaça nenhum outro mal possa
ocorrer. Assim sendo, o Ritual de Bori não tem "prazo de validade", não tem
freqüência determinada (anual, semestral, mensal, etc.), devendo ser
repetido sempre que se mostre necessário.
O Odu manifestado através do" jogo" é que determina a necessidade de
realização do Bori e indica quais materiais devem ser usados. Há dois tipos
de Bori:
Aquele que é considerado pré-requisito para uma iniciação, ou seja,
primeiramente se alimenta o Ori, divindade pessoal, para a seguir alimentar
outros Orixás.
2) Aquele realizado a fim de buscar a solução de um problema que aflige a
pessoa através do alimento oferecido ao seu Ori, sem que haja necessidade de
iniciação.
O local mais apropriado para realização deste Ritual é a casa do sacerdote.
Este deve Ter bom senso quanto a necessidade de recolhimento. Se o Bori for
acompanhado de Eje, é recomendável o recolhimento como meio de repouso e
proteção, pois o Ori que está sendo venerado não deve receber energia do sol
nem do sereno. O recolhimento evita, ainda, que a "sombra daquele que passou
pelo Bori seja pisada."
O sacerdote deve saber que durante este Ritual a pessoa somente poderá
entrar em transe no momento que seu Orisá for louvado. Deve conhecer a
finalidade e o significado de cada material que usa. Omi e Obi, por exemplo,
são elementos indispensáveis no BORI. Omi, a água, representa paz,
abundância e fertilidade enquanto o Obi é usado para aplacar a fúria das
adversidades, alimentar e agradar as divindades.
O jogo DE Búzios determinará, através de Odu, que material deve ser usado no
Bori e este material poderá ser desde apenas um copo d’água e um Obi até uma
oferenda bem grande.
ORI RERE = ORI de sorte = Cabeça de sorte, cabeça iluminada
ORI BURUKU = ORI sem sorte = Cabeça sem sorte, confusa, insegura…
ORI INU = "Cabeça Interna"
É o ORI NU que gerencia a cabeça física do homem.
É o oriSá mais importante do ser humano, pois ele é ÚNICO, cada pessoa tem o
seu.
É Ele quem conhece e está ligado ao destino de cada indivíduo, conhece e
sabe das suas restrições, das suas fragilidades , das suas potencialidades.
É no ORI que se encontra a ferramenta para a solução dos nossos problemas…
Quando estamos em harmonia com ele, superamos os obstáculos mais facilmente
e assim, certamente conectados à positividade interna e à dinâmica perfeita
da natureza, encontramos a vitória e o sucesso na consecução dos nossos
objetivos pessoais….

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